MORADAS NÔMADES
carunchos e cupins roem,
vorazes, a choupana de ripas
pendem do esteio ramos de trigo,
feito amuleto para celeiros cheios;
tachos esfarelam crostas de grãos moídos
e redes balançam seus esgarços,
perto do chão onde uma nódoa preta
mostra o antigo fogo
tudo abandono, e, no entanto,
lá fora o pomar semeado
para os que agora cruzam
(trouxas vazias), um
por um, os onze mil
guapuruvus
(do livro Roça barroca. Cosac & Naif, 2011)
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