terça-feira, 8 de novembro de 2011
POEMAS DE GUENÁDI AIGUI
O NOSSO
devo
chegar com meus lábios
aos seus olhos iluminados
e então hei de me surpreender com as veias pulsando de
leve,
suboculares,
e hei de compreender: é por causa de sua transparência
e de seu incorpóreo
que são assim claros e doentes
esses olhos ligeiramente trêmulos
e eu hei de amá-la com minhas mãos e meus lábios,
com o silêncio, o sono e as ruas dos meus versos
com a mentira - para o Estado
com a verdade - para a vida.
Tradução Boris Schnaiderman
NUVENS
Nesta
aldeia de ninguém
trapos indigentes nas cercas —
teréns de ninguém.
E sobre elas nuvens de ninguém,
e adiante — anúncios sobre a infância:
crianças esquálidas, bravias;
e música sobre o nu
de mulheres hunas e citas;
e aqui, no leito, ao rés dos olhos,
algures, junto a pestanas úmidas,
alguém morria e chorava,
enquanto eu compreendia
de uma vez por todas — era
minha mãe.
Tradução: Haroldo de Campos e Boris Schnaiderman.
JARDIM-TRISTEZA
é
(talvez)
o vento
que inclina – tão leve
(para a morte)
o coração
Tradução: Jerusa Pires Ferreira
Ele é maravilhoso, sua poesia me faz pensar fico emocionada
ResponderExcluirA poesia de Aigui me faz pensar, ele é maravilhoso
ResponderExcluirEle é maravilhoso, sua poesia me faz pensar fico emocionada
ResponderExcluir