Farto já de tanta ambigüidade, flor excessiva, alfabeto cego
que se desdobra em vogais.
Peixe branco, gris ou amarelo
desgarrado de sua guelra,
no desvio das águas,
entre suposições, eufórico,
justaposto à inevitável precariedade.
À meia-noite,
desmanchar esqueletos
de anões,
é sempre a mesma música proliferante,
pautada nas ranhuras
da cervical.
Até dilatar os debruns coaxiais
da caixa craniana; sublime
é a arte do esquecimento.
2005
(Poema do livro Fera Bifronte)
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