A pequena realidade
duplicada
manda a sua loucura
cercar-te,
ora uma, ora outra,
amanhã
tudo isso recolherá a si,
e as palavras, sem disfarce,
nascem,
as primeiras.
***
Poema-fechado, poema-aberto:
aqui as cores correm
para o desabrigado,
o da fronte nua,
o judeu.
Aqui levita
o mais pesado.
Aqui estou eu.
***
No inclarável
abre-se uma porta,
dela
caem em escamas as manchas da camuflagem,
repassadas de verdade.
***
Na selva do sangue, aí
está a despedida, de dedos
finos, em
cada ponta, em forma de
coração, uma
lente, aí
os tigres caçam
o dia.
Tradução: João Barrento.
Traduzir pode ser até trair, mas eu prefiro ser até traído nesse caso.
ResponderExcluirBons!