CANÇÃO DO ORIENTE
Fiz-me espelho
rebati tudo
mudei em teu fogo a cerimônia da água e da vegetação
mudei voz e apelo
Passei a ver-te em dois
tu e esta pérola que nada em meus olhos
eu e a água nos fizemos amantes
nasço em nome da água
nasce em mim a água
eu
e a água
nos replicamos
ÁRVORE DOS CÍLIOS
... e quando resignei-me na ilha das pálpebras
em ser hóspede das conchas e dos rastros
vi que o destino é um frasco
com águas e fagulhas
pronto a fazer do homem
mito ou fogo lendário
e eu ia carregado sobre os ramos
num bosque lácteo enfeitiçado
o seu dia consagrado à loucura era
minha cidade e a noite recinto íntimo
Tradução: Michel Sleiman
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