Um livro muito interessante que estou lendo é A Filosofia do Aikidô, de John Stevens (São Paulo: Cultrix, 2001). Não se trata de um trabalho sobre o treino da arte marcial ou de suas técnicas, mas de sua sabedoria, que descende da tradição cultural, religiosa e filosófica japonesa (xintoísmo, zen-budismo, bujutsu etc.). Morihei Ueshiba, o criador do Aikidô, tinha um pensamento pacifista, ecológico e holístico, opunha-se à política nacionalista e militarista, à destruição do meio ambiente, à exploração dos trabalhadores pelo capitalismo e tinha uma visão ao mesmo tempo mística, social e política. Ele mudou a concepção tradicional do bushidô: o importante, agora, para o guerreiro, não deveria ser o ideal da morte gloriosa, mas a afirmação da vida e a proteção da comunidade. O Sensei acreditava que o Aikidô é uma arte para todos os povos e países, sem distinção de sexo, raça ou religião. Morihei Ueshiba foi também poeta, e muitos de seus ensinamentos foram transmitidos na forma de poemas.
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