A NOITE
Com figuras de heróis mortos,
Lua, enches os bosques silenciosos,
Lua crescente –
Com o doce abraço
Dos amantes,
As sombras de tempos gloriosos
Os rochedos podres à volta;
Um azul brilhante
Batia contra a cidade
Onde má e fria
Uma raça apodrecida mora,
E o descendente branco
Prepara o futuro negro .
Ó sombras que a lua engole,
Suspirando no cristal vazio
Do lago da montanha.
GRODEK
Ao entardecer as armas da morte
Ressoam nas florestas outonais, as planícies douradas
E os lagos azuis, por cima, o sol rola, sombrio;
A noite abraça os guerreiros moribundos,
O lamento selvagem de suas bocas quebradas.
Mas o sossego concentra nuvens vermelhas
Entre os salgueiros, onde mora um deus feroz,
O sangue derramado, a frescura lunar;
Todos os caminhos acabam em podridão.
Sob as ramagens douradas da noite e das estrelas
A sombra da irmã cambaleia , através
Do silencioso arvoredo , para saudar os espíritos dos heróis,
As cabeças ensanguentadas;
E, silenciosas, as escuras flautas do outono ressoam no juncal.
Ó orgulhosa tristeza! E vós altares de bronze,
A chama quente do espírito alimenta hoje uma grande
Dor – os netos não nascidos.
Tradução: Luís Costa
(Leiam mais traduções de Georg Trakl na edição de outubro da Zunái.)
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