A luz
Com
Cada cor
Muda
De
Pele.
O amor
Sem
Meta
É
A fonte
De
Todos
Os ódios.
As cifras
Sempre
Se
Enganaram
Por causa
Do zero.
As palavras
Desde
Tempos
Imemoriais
Procuram
Sua
Significação.
O espelho
Conhece
Apenas
Suas costas.
Deus
E
Diabo
Reunidos
Dão
Histeria.
* * *
Os barcos
São
Femininos
Nos
Portos
E
Machos
No mar.
O nascido-cego
Vê
As cores
Dos
Sentimentos.
* * *
A lógica
Nunca
Se
Raciocinou.
O pássaro
Que
Tem medo
Se sente
Na gaiola.
Quando
Uma rocha
Morre
Ela não
Precisa
Se enterrar
O fio
É
Uma linha
De ruptura.
Tradução: Éclair Antonio Almeida Filho
(Leiam mais poemas do autor na edição de maio da Zunái.)
Malcolm de Chazal (1902-1981), pintor, escritor e visionário. Nasceu nas Ilhas Maurício, numa família de origem francesa. Estudou Engenharia na Louisiana State University, e trabalhou como agrônomo e funcionário em Telecomunicações. É autor da obra Sens-Plastique, que consiste numa série de centenas de aforismos e pensamentos, e ainda de uma obra em vários volumes intitulada Pensées.
ResponderExcluirPrezado Prof. Claudio Daniel
ResponderExcluirHá uma beleza e uma perfeição nos versos desse agrônomo. A dialética dos vocábulos somados harmonizam-se e surpreendem. Formidável o autor. Com sua permissão, e sem menosprezo aos demais poetas aqui postados, esse tipo de poesia me soa muito mais atraente e curiosa.
Claudio, muito bom... Bem filosófico: "A lógica / Nunca / Se / Raciocinou".
ResponderExcluirMe lembra uma passagem do Tractatus: a frase diz o mundo, só não diz o que deve ter em comum com o mundo para poder dizê-lo.
Gostei bastante, aguardo mais na Zunái.
Olá, vc saberia me dizer se o sens-plastique foi traduzido para o português?
ResponderExcluirLeti, conheço apenas as traduções do Malcolm de Chazal que saíram na Zunái. Talvez em Portugal tenha saído algo em livro.
ResponderExcluirAbraço,
Claudio
"As palavras
ResponderExcluirDesde
Tempos
Imemoriais
Procuram
Sua
Significação."
E no meio estamos nós, tentando nos esconder nelas...