OS OLHOS
Sem dizer que são a destruição do mundo,
ou dois cestos cheios de nada.
São sempre uma casa, atrás do horizonte,
e muito maior do que a noite.
Mas sem a porta
pinto-a, com o vento cego;
sem palavras.
O SEU MAR DE LÁGRIMAS
Ao seu mar de lágrimas,
quantas pessoas vão com uma colher?
Só eu, por ser peixe.
CADA UM À ESPERA DO OUTRO
Cada um à espera do outro...
Sempre.
Eu, disposto
já parti para uma espera certa
à minha maneira...
Ando em cantar.
O que sai da minha garganta é canção.
O que se sufoca na minha garganta é também canção.
Com elas, estrangulo a distância
e faço dela uma porta aberta
para uma história.
Cada um à espera do outro
sempre
sempre.
(Do livro Nas asas do vento cego. Lisboa: Átrio, 1991)
O raro aqui é espetacular. Essas dos olhos ainda melhor que a tal da "janela da alma", disse tudo! Não conhecia. :)
ResponderExcluirLuiza, grato. O Yao Jing Ming é um poeta chinês de expressão portuguesa que reside em Macau, ele ainda é pouco conhecido no Brasil, infelizmente. Beso do
ResponderExcluirClaudio
Lindos os poemas, Claudio. Onde encontro mais de Yao Jing Ming?
ResponderExcluirNydia, infelizmente, não há livros do Yao editados no Brasil; conheço alguns títulos que saíram em Macau e em Portugal. Com alguma dose de sorte, você poderá encontrá-los via site Amazon ou no Estante Virtual... beso do
ResponderExcluirCD
Yao tem um blog de poemas mas em ingles: http://blog.sina.com.cn/bacalhau
ResponderExcluirMario