Perplexidade, raios de um sol
que redesenha seu centro;
essa matéria tão delicada,
ferozes epitélios da flor;
deslizando das pupilas,
revoluta, para outro mar,
após tingir o flanco da noite.
Fosse apenas o perambular
em outra relva, seria tema
de chanson; dissociada de mim,
reclinada em lua minguante,
seria musa de retrato fauvista,
excedendo o rubro tigrino.
De todo modo, um dia vou
felinizá-la em partitura.
(Poema de Claudio Daniel, publicado no livro Fera Bifronte. Bauru: Lumme Editor, 2009)
O belo fluir da linguagem.
ResponderExcluirGostei.