Diretor da Médicos Sem Fronteiras diz que Gaza precisa de medicamentos e cirurgiões
12/01 - 16:08 - Redação
SÃO PAULO – O diretor da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) no Brasil, o belga Eric Stobbaerts, participou na tarde desta segunda-feira de um chat com internautas do iG e contou sobre a situação médica na Faixa de Gaza. Segundo o diretor, a equipe de 70 profissionais da MSF passa por sérias dificuldades.
“Neste momento, para a MSF, a realidade [da guerra] são os serviços de urgência dos hospitais que continuam sobrecarregados e a dificuldade em acompanhar todos os casos de feridos graves que chegam às urgências”, disse Stobbaerts. Segundo relatos das equipes médicas, os deslocamentos para atender feridos são muito perigosos, devido aos intensos bombardeios. “Outro grande problema é o abastecimento de material cirúrgico e medicamentos nos hospitais”, relatou o diretor.
Stobbaerts afirmou que o envio de medicamentos não é suficiente para atender à população de Gaza. “É importante lembrar que a entrada de bens humanitários na Faixa está restringida há um ano e meio. Portanto, a situação das farmácias nos hospitais já era crítica antes do começo dessa ofensiva”, declarou. Segundo Stobbaerts, a prioridade da MSF é conseguir autorizações para enviar mais toneladas de suprimentos médicos e uma nova equipe de cirurgia. De acordo com o diretor, uma equipe cirúrgica aguarda autorização de Israel para entrar na Faixa, em Jerusalém.
Hospitais
As equipes da MSF tiveram que deixar o atendimento no Hospital Edwan, no norte de Gaza, e na clínica de Khan Younis, ao sul, por razões de segurança. Mas nenhuma equipe de MSF foi atacada, segundo o diretor.
Hoje os esforços estão concentrados no Hospital de Shifa e nos vários bairros da cidade de Gaza, onde as equipes vão às casas dos doentes que não conseguem chegar aos hospitais.
“O sistema de saúde palestino é bom, comparado com outros países onde normalmente atuamos, e por isso temos acompanhado os hospitais que existem, em vez de criar outros centros de atendimentos”, explicou Stobbaerts. No entanto, o diretor ressalta que faltam cirurgiões em Gaza e as equipes médicas estão exaustas, “não conseguindo dar conta do número de feridos”.
Segundo Stobbaerts, a maioria das urgências recebidas em Gaza é de feridos graves e politraumáticos, “atingidos principalmente no tórax, abdômen ou rosto”. Crianças e jovens representam grande parte dos atendidos.
Refugiados
O diretor da MSF brasileira, que já trabalhou em países do Oriente Médio, como Líbano, Iraque, Palestina e Egito, além de atuar nas guerras do Afeganistão, Argélia e Bósnia, afirmou que a situação em Gaza é “especialmente violenta” e preocupante, por causa da “impossibilidade das populações civis saírem da zona de ataque”. “Os civis estão presos dentro do território, diferente de outras situações onde pessoas podem pedir refúgio em acampamentos fora da área de guerra”, contou o diretor.
Questionado sobre a possibilidade de montar uma base no Egito, país que faz fronteira ao sul com Gaza, Stobbaerts afirmou que nesse momento a proposta está sendo avaliada por uma equipe, mas a fronteira continua fechada. “Por enquanto, é impossível que os civis possam se refugiar em outros países”, disse.
Portugal fecha espaço aéreo a aviões com armas para Israel
da Efe, em Lisboa
O governo de Portugal decidiu neste sábado não permitir o voo ou aterrissagem nos aeroportos locais de aeronaves que transportem material bélico a Israel enquanto continuar a ofensiva militar na faixa de Gaza. A ofensiva israelense matou mais de 1.160 palestinos, segundo fontes de Gaza, e o número de feridos chega a 5.000. Três israelenses foram mortos no mesmo período por foguetes lançados pelo Hamas, e dez soldados do país morreram em ação.
Diretor da Médicos Sem Fronteiras diz que Gaza precisa de medicamentos e cirurgiões
ResponderExcluir12/01 - 16:08 - Redação
SÃO PAULO – O diretor da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) no Brasil, o belga Eric Stobbaerts, participou na tarde desta segunda-feira de um chat com internautas do iG e contou sobre a situação médica na Faixa de Gaza. Segundo o diretor, a equipe de 70 profissionais da MSF passa por sérias dificuldades.
“Neste momento, para a MSF, a realidade [da guerra] são os serviços de urgência dos hospitais que continuam sobrecarregados e a dificuldade em acompanhar todos os casos de feridos graves que chegam às urgências”, disse Stobbaerts. Segundo relatos das equipes médicas, os deslocamentos para atender feridos são muito perigosos, devido aos intensos bombardeios. “Outro grande problema é o abastecimento de material cirúrgico e medicamentos nos hospitais”, relatou o diretor.
Stobbaerts afirmou que o envio de medicamentos não é suficiente para atender à população de Gaza. “É importante lembrar que a entrada de bens humanitários na Faixa está restringida há um ano e meio. Portanto, a situação das farmácias nos hospitais já era crítica antes do começo dessa ofensiva”, declarou. Segundo Stobbaerts, a prioridade da MSF é conseguir autorizações para enviar mais toneladas de suprimentos médicos e uma nova equipe de cirurgia. De acordo com o diretor, uma equipe cirúrgica aguarda autorização de Israel para entrar na Faixa, em Jerusalém.
Hospitais
As equipes da MSF tiveram que deixar o atendimento no Hospital Edwan, no norte de Gaza, e na clínica de Khan Younis, ao sul, por razões de segurança. Mas nenhuma equipe de MSF foi atacada, segundo o diretor.
Hoje os esforços estão concentrados no Hospital de Shifa e nos vários bairros da cidade de Gaza, onde as equipes vão às casas dos doentes que não conseguem chegar aos hospitais.
“O sistema de saúde palestino é bom, comparado com outros países onde normalmente atuamos, e por isso temos acompanhado os hospitais que existem, em vez de criar outros centros de atendimentos”, explicou Stobbaerts. No entanto, o diretor ressalta que faltam cirurgiões em Gaza e as equipes médicas estão exaustas, “não conseguindo dar conta do número de feridos”.
Segundo Stobbaerts, a maioria das urgências recebidas em Gaza é de feridos graves e politraumáticos, “atingidos principalmente no tórax, abdômen ou rosto”. Crianças e jovens representam grande parte dos atendidos.
Refugiados
O diretor da MSF brasileira, que já trabalhou em países do Oriente Médio, como Líbano, Iraque, Palestina e Egito, além de atuar nas guerras do Afeganistão, Argélia e Bósnia, afirmou que a situação em Gaza é “especialmente violenta” e preocupante, por causa da “impossibilidade das populações civis saírem da zona de ataque”. “Os civis estão presos dentro do território, diferente de outras situações onde pessoas podem pedir refúgio em acampamentos fora da área de guerra”, contou o diretor.
Questionado sobre a possibilidade de montar uma base no Egito, país que faz fronteira ao sul com Gaza, Stobbaerts afirmou que nesse momento a proposta está sendo avaliada por uma equipe, mas a fronteira continua fechada. “Por enquanto, é impossível que os civis possam se refugiar em outros países”, disse.
http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2009/01/12/diretor+da+medicos+sem+fronteiras+diz+que+gaza+precisa+de+medicamentos+e+cirurgioes+com+urgencia+3293045.html
Confiram dois blogues palestinos: In Gaza, http://ingaza.wordpress.com, e The electronic intifada, http://electronicintifada.net/
ResponderExcluir17/01/2009 - 17h44
ResponderExcluirPortugal fecha espaço aéreo a aviões com armas para Israel
da Efe, em Lisboa
O governo de Portugal decidiu neste sábado não permitir o voo ou aterrissagem nos aeroportos locais de aeronaves que transportem material bélico a Israel enquanto continuar a ofensiva militar na faixa de Gaza. A ofensiva israelense matou mais de 1.160 palestinos, segundo fontes de Gaza, e o número de feridos chega a 5.000. Três israelenses foram mortos no mesmo período por foguetes lançados pelo Hamas, e dez soldados do país morreram em ação.