Conheci Regina no jornal Diário Popular, em 1990, onde eu trabalhava como revisor de textos. Na época, morava sozinho num velho apartamento do Bexiga e escrevia meus primeiros poemas “sérios”, que depois publiquei em meu livro de estréia, Sutra, que saiu dois anos depois. Eu gostava de ouvir jazz, freqüentava cineclubes, bares e livrarias que não existem mais e imaginava que, após escrever minha obra-prima, morreria aos 32 anos, quem sabe num atentado terrorista ou na queda de um Boeing 707 sobre as ilhas Fidji. Mas eu me apaixonei por Regina, e fomos morar juntos dois meses depois que nos conhecemos. Ela me mostrou várias coisas que eu não conhecia, como a cultura indiana; outras, descobrimos juntos, como a culinária escandinava, os filmes de Peter Greenaway e a pintura de De Chirico (andávamos feito loucos, indo a museus, restaurantes, cinemas, parques, centros de meditação e fazíamos amor quase o tempo todo). Ela revisou e diagramou os poemas de Sutra, e de lá para cá sempre acompanhou tudo o que escrevi; é a única crítica literária que levo realmente a sério, pois todas as suas observações foram pertinentes, inclusive as negativas. Os meus livros não seriam o que são sem a leitura atenta e paciente dela. Discordamos em música; ela ouve MPB, eu gosto de ópera, mas nada é perfeito. Fizemos em parceria a minha (nossa) melhor obra, chamada Iúri, que já tem oito anos. Em todo esse tempo de convivência, é óbvio que surgiram crises e atritos: não é possível conviver com um ser humano sem altos e baixos. Mas, se superamos tudo, é porque essa convivência não é apenas necessária, mas vital. É uma razão de estar vivo. Após 18 anos de união, tenho certeza de que estaremos juntos pelos próximos 81 anos.
Comovente declaração. Parabéns ao casal, digo, ao trio. Aguardarei outra declaração no octagésimo primeiro...
ResponderExcluirFelicidades.
Que bela declaração Claudio, e que bela Musa!
ResponderExcluirOuvir/dizer/ler palavras como estas, faz sempre tão bem...
Parabéns!
Abraços.
Uma bela história de AMOR (vital), cujo fruto Iúri a fez mais bela ainda, formando uma FAMÍLIA que é o de mais importante nesta vida. Um abraço, Armando - fetichedecinefilo.blogspot.com (recomentarios.blogspot.com)
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