quarta-feira, 31 de agosto de 2016

O DIA EM QUE A DEMOCRACIA MORREU NO BRASIL

Hoje, dia 31 de agosto de 2016, a democracia brasileira foi revogada, num golpe de estado comandado pela grande mídia, por um judiciário partidarizado e corrupto e por um legislativo com maioria de deputados e senadores fascistas. Uma mulher honesta, eleita por 54 milhões de votos, foi destituída de seu cargo na presidência da república, num processo que viola a Constituição do país, e o cargo passou a ser ocupado, de maneira ilegítima, por um medíocre personagem -- Michel Temer -- que em seu primeiro discurso na televisão ataca a legislação trabalhista. Seu "plano de governo": congelar investimentos em educação, saúde e habitação popular por VINTE ANOS, aumentar a idade da aposentadoria para 75 anos, privatizar empresas estatais lucrativas, como a Petrobrás, e entregar nossas riquezas naturais, o pré-sal em especial, às companhias norte-americanas. Há três dias consecutivos, protestos populares pacíficos são reprimidos com violência pela Polícia Militar em São Paulo e outras cidades brasileiras, inclusive com o uso de bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha. Viveremos, nos próximos meses ou anos, uma guerra dos ricos contra os pobres no Brasil. Peço aos amigos que moram em outros países que compartilhem essa mensagem: ACABOU A DEMOCRACIA NO BRASIL. VIVEMOS EM UMA NOVA DITADURA -- E HAVERÁ LUTA.

Há braços -- e Fora Temer!,


Claudio Daniel 

RECITAL DA CAIXA PRETA



No Recital da Caixa Preta, que acontecerá no dia 09 de setembro, a partir das 18h, na Casa Guilherme de Almeida, haverá lançamentos de livros da Lumme Editor (inclusive de minha plaquete Poemas lunares) e leituras poéticas de Marcelo Ariel, Chiu Yi Chih, Luiz Augusto Contador Borges, Claudio Daniel, Andréa Catrópa, Abreu Paxe, Simone Homem de Mello, Leonardo Gandolfi, Marcelo Tápia, Grazi Brum, Luiz Ariston Dantas, Marceli Andresa Becker, Júlia Cortes Rodrigues, Marcia Barbieri.

Endereço: Rua Cardoso de Almeida, 1943, São Paulo (SP).


terça-feira, 9 de agosto de 2016

ANTICANÇÃO -- SEGUNDA VERSÃO












ANTICANÇÃO

Hora vermelha,
de garras;
hora da gárgula;
hora do grito.

Percorre linhas 
das mãos, torso,
axilas, até a medula
espinhal; é gárgula.

Sua face rascante, 
de ranhuras;
a língua eritrina;
demente desmundo.

Limosa, ruminante,
esfrega escamas
nos poros da noite
para alucinar-te.

Lambe teu membro,
rugosa melusina,
buceta-escarcéus:
acúmulo de vermes.

Acaso se
entremostraria
no esplendor
de coágulos?

Ferruginosa,
em adensamento
de guinchos.
É gárgula.

Acaso esfiapasse,
seu disfórico vestido
até a final
metempsicose?

Hora vermelha,
de garras:
hora da gárgula;
hora do grito.

Eu sou tua gárgula;
você, meu pesadelo.


 2016